25 de mai. de 2015

SUPER GTS 2 – Vitória de Lucas Furlan e Rafael Pereira no polêmico Round 2

O "Round 2 – FUJI GT 90 MINUTES RACE", segundo round do calendário da segunda temporada do SUPER GTS, foi realizado no circuito real de Fuji Speedway, na configuração "F", no dia 23 de maio de 2015, por volta das 21h30. Os vencedores foram Lucas Furlan (#5 FPR DENSO Supra) e Rafael Pereira (#32 USTIO IS350).

Olá! A segunda temporada da SUPER GTS continua proporcionando grandes disputas. O Round 2 está aí para provar que os caras não fizeram feio na corrida... bem, quase. Deixaremos isso pra depois, afinal, é preciso falar das coisas boas também, né?

Eis que Lucas Furlan larga na pole position (novidade?), depois do desfecho cometido no round anterior. O piloto quase não teve adversário na corrida, pois sua administração de paradas funcionou perfeitamente ao lado de sua constância, que só aumentava. De carro novo (#5 FPR DENSO Supra), Furlan deixou que seus adversários se matando pela segunda posição – e foi o que, de fato, aconteceu. No início da prova, era Tavares "JR" Junior (#82 Forrozin Fast SC430), Nick Nagano (#1 NAG-R HSV-Evo LM), Alexandre Sombra (#11 Schatten Racing GT-R) e Roberto Denner (#21 RD Supra Bebê 45T) trocando insultos posições direto. Julio Cazari (#22 Kzari HSV-010), estreante a partir desta corrida, queimou a largada e ficou distante, enquanto que Otto Wilson, mesmo próximo, não teve chance nenhuma de brigar pela ponta com seu #99 Tacit Ronin Lexus SC430.

A batalha pelo segundo lugar da GT500 foi uma das coisas mais interessante que aconteceram nesta classe, uma vez que não tem graça falar que Lucas Furlan sumiu na frente, por mais que Junior se distanciava de Nick Nagano, o japonês se aproximava e tirava proveito máximo de seu carro, que foi um fiasco na primeira etapa. No entanto, Nagano, mais kamikaze que JR, errou um pouco mais que o pernambucano, esse mais constante. Chegou a um ponto de Nagano decair pro meio do pelotão e disputar algumas voltas com Denner e Alexandre, outra dupla que trocavam tintas de seus carros desde o início. Entre eles, Cazari recuperou o tempo perdido e entrou na brincadeira também, mas cometeu um erro brusco, que o levou de volta pro fim do pelotão. O piloto conseguiu recuperar algumas posições depois que Alexandre e Otto fizeram suas paradas.

Sendo Furlan e Denner os primeiros a parar, devido ao desgaste excessivo do Supra, que é bem maior que a dos outros GT500, Junior e Nagano apostaram em menos paradas e, juntos, foram os últimos da classe a parar primeiro, numa tentativa clássica de economizar números e ter vantagem no fim – o que não aconteceu.

Nagano até conseguiu liderar por um tempinho, mas Furlan já tinha parado e ultrapassou logo depois da parada do japonês. Voltou 20 segundos atrás do FPR DENSO Supra, mas bem próximo de JR, que parou uma volta antes e se preparava para mais um encontro pela segunda posição. Mas uma lambança do HSV-Evo LM pôs a chance de brigar pela segunda posição no lixo (por enquanto) e ainda prejudicou o vencedor da primeira corrida da temporada, Roberto Denner, que vinha logo atrás. Mas rapidamente os dois se recuperaram e voltaram pra briga, desta vez no meio do pelotão.
Na metade da prova, houve uma batalha bastante interessante entre Nagano e Alexandre Sombra. Um HSV e um GT-R, dois dos carros mais estáveis da GT500 e ambos estavam em busca do terceiro lugar, que na ocasião era assumido por Cazari, outro piloto de HSV, que rapidamente perdeu-o para parar novamente – no mesmo instante, Lucas Furlan ressurgia vindo dos boxes, voltando entre Nick Nagano e Alexandre Sombra. Aparentemente, Sombra cedeu lugar ao vencedor, mas Nagano tentou segurá-lo, mesmo com pneus bem mais gastos. Infelizmente não deu e aos 60 minutos de prova, foi ao pit juntamente de Sombra e Junior.

E a batalha, por agora, foi pela constância e de quem conseguia economizar mais, porque o vencedor já estava definido. 

Junior foi buscado por Nagano e perdeu o segundo lugar drasticamente, e Alexandre cada vez mais se aproximava de JR, indicando que ele seria o próximo se não sentasse o pé de vez. Mas, pra infelicidade do cearense – que mesmo fazendo algumas barbeiragens durante a corrida, conseguiu buscar os favoritos, vale ressaltar – a gasolina quase acabou e ele teve que parar para não ficar pelo caminho. Alexandre não foi o único, pois Otto Wilson também passou por esse transtorno e, além de ter feito uma corrida devendo desempenho, definiu que esta "foi a pior corrida na GTS". Além de Otto, Denner também deveu muito, fazendo uma corrida bastante diferente daquela em Grand Valley e decepcionando a si mesmo. 
A GT300 também teve um novo vencedor: Rafael Pereira. Além dele vencer pela primeira vez na GT300, venceu também pela primeira vez na GTS.

Assim como a classe GT500, a classe menor começou tão conturbada quanto. Conturbada, no sentido de haver bastante movimento no pelotão e brigas por posições. Um dos primeiros a quase "dar adeus" foi Thiago Prado, #14 PRD & NAG-35R NISMO, que rodou e caiu pra última posição. Felizmente, para ele, tinha um bom carro vantajoso nas retas e foi recuperando suas posições.

Enquanto isso, a briga do momento era entre Maciel Claudino (#12 Atom Joker RX-7), Gian Carvalho (#85 OAK Corvette Z06) e Anderson da Silva (#36 MB DRT SLS), que chegaram a ficar lado a lado (os três!) no fim da reta de Fuji. Não demorou muito para Thiago se juntar a brincadeira novamente.

Enquanto isso, Diego Costa, vencedor de Grand Valley com o #8 Vette Racing, de maneira similar a de Furlan, já estava na frente tirando o máximo de seu carro. Apesar de ser perseguido por Rafael Pereira (#32 USTIO IS350) nas primeiras voltas, a experiência (e a liberdade da transmissão manual) falou mais alto e Diego, pela volta 7, já se encontrava bem distante e a caminho da segunda vitória. Lá atrás, os quatro pilotos já citados se matavam pela terceira – e cobiçada – colocação. Todos trocaram posições e ninguém saiu em desvantagem no momento. Esse período foi um dos mais legais de todos na classe GT300.
Todos começaram a se separar quando os GT500 vinham pedindo posições, mas nada que atrapalhasse o espetáculo, pois ainda tinham que parar para abastecer e trocar pneus. O primeiro a fazer isso foi Thiago, que tem o carro mais gastão da classe. Anderson, no embalo, seguiu e ficou na cola do NAG-R depois da troca. Os outros começaram a parar, também e seguiram na corrida pela estratégia. Com as paradas, Diego e Rafael se distanciaram ainda mais dos outros rivais da GT300.

Entretanto, um dos piores desastres (o outro contamos depois) estava por vir: Diego Costa, inesperadamente, abandona e engrossa a lista dos "did not finish" de Fuji, composta por ele, Clayton Nemezio (#65 WILD Venom Impreza) e Raphael Capuchinho (#15 SLS Minardi GT). Os dois últimos, infelizmente, não fizeram nada além de um passeio pela última posição – ambos precisaram sair por motivos de força maior.

Enquanto Diego abandonava a prova (e jogando a chance de vencer de novo pro ralo), Anderson, SLS, e Gian, o Corvette restante, se matavam pela terceira colocação, num belo encontro pós-pit stop, mas que não durou muito, pois paravam novamente. Impressionante o fato de como os carros da GT300 gastaram tanto pneu quanto os da GT500, enfim... Melhor para Thiago, que saiu na frente dos dois após a nova parada para troca, com uma volta de vantagem. Pior para Anderson, que teve que negociar algumas posições com os GT500 e começou a se distanciar de Gian e Thiago, a briga do momento.
Só pra deixar registrado: Rafael Pereira, herdando a primeira colocação, estava a 25 segundos do segundo colocado e cada vez mais se aproximava de sua primeira vitória.

E Gian, Anderson, Thiago e Maciel, mesmos distantes, continuavam no tapa pela melhor posição. Perto do final, a distância dos quatro desequilibrou em quase 10 segundos pra cada carro, exceto para Gian e Thiago, estes disputando a segunda posição. O #14 PRD & NAG-35R NISMO perdeu o segundo lugar pro #85 OAK Corvette Z06 a poucos minutos do fim da prova, porque Thiago estava com os pneus muito mais gastos e ainda perdeu gasolina, ficando em último dentre os que terminaram. Maciel terminou em quarto, Anderson em terceiro, Gian em segundo (e com a melhor volta da corrida) e Rafael, já citado, ownou em primeiro.

O incidente envolvendo a NAG-R e Thiago Prado
Não deveria ser mencionado para não ficar um clima amargo, mas é necessário para conhecimento e por competência da organização. Foi citado nesse post que a corrida foi polêmica – e infelizmente foi: Thiago Prado, que é empregado da NAG-R (ao menos era, até essa etapa) e piloto do GT-R GT3 chamado de PRD & NAG-35R NISMO, se envolveu não só em um incidente sério, mas em dois. O último, resultou em sua desclassificação do campeonato.

Na primeira, o piloto vinha sólido na segunda posição, sem nenhum adversário ao alcance, até que vinha um GT500: Tavares Junior, #82 Forrozin Fast SC430. No encontro, o piloto, ao invés de soltar o pé para facilitar passagem ao colega de pista, infelizmente tentou "disputar" posição com ele – o que encheu JR de raiva e discórdia, a ponto de desconfiar de jogo de equipe (por curiosidade, Nick Nagano, ex-parceiro de Thiago, vinha logo atrás perseguindo JR). A organização e os demais concorrentes foram favoráveis à atitude de Junior ter reclamado e Thiago recebeu 20 segundos de delay da corrida (apesar de ter chegado em último). Mas o pior estava por vir...

Segundos finais da corrida, reta de Fuji Speedway, Maciel Claudino (#12 Atom Joker RX-7), desacreditado em chegar perto dos rivais, foi tranquilamente terminar a corrida e avistou Thiago muito lento na reta. Na tentativa de deixar o GT-R rosa pra trás, quase fracassou, pois o mesmo GT-R tentou defender posição esbarrando no rival propositalmente. Nada que afetasse Maciel, pois ele subiria de posição de qualquer jeito (o GT-R estava sem combustível), mas tal atitude foi manchada e posta como antidesportiva. Não houve outra solução a não ser na desclassificação do piloto, que a principio disse que "era a única coisa a fazer", mas correu atrás e disse que "lamenta muito o ocorrido e se sente arrependido". Thiago Prado não tem mais chances de continuar nesta temporada, mas espera participar do próximo campeonato, sem ressentimentos.

Nick Nagano, líder da NAG-R, também comentou sobre o desfecho: "Fiz uma ótima corrida, mas estou muito triste por tudo isso que aconteceu e que envolveu meu companheiro de equipe e minha equipe. (...) Sou obrigado a deixar claro que, mesmo sendo líder dela (a NAG-R), não mando, qualquer um que seja meu companheiro de equipe por ela, EM HIPÓTESE NENHUMA, se comportar desse jeito e muito menos peço para que ele atrapalhe os demais competidores em favor da minha conduta."

INTERVIEW

Classe GT500
Primeiro lugar
#5 FPR DENSO Supra / Lucas Furlan
"Bom, hoje não tinha como ficar melhor pra mim. Fiz um trabalho de setup muito bom no Supra. E, curiosamente, sempre que piso em Fuji em campeonatos, costumo me dar bem e hoje não foi diferente! Corrida com poucos erros e um acerto que deu pra levar o carro à vitória. Cheguei até me assustar com o desempenho do pessoal que estava atrás que nunca que parava pra entrar no pit, pois pensei até que ia perder por erro de estratégia. Mas no final deu tudo certo. Nessa corrida não tive problemas novamente com retardatários, apesar de que parece que outras pessoas com certeza tiveram... No mais, parabéns a todos."

Segundo lugar
#1 NAG-R HSV-Evo LM / Nick Nagano
"Fuji foi o suficiente pra apagar o desfecho que cometi em Grand Valley, onde fiz a minha pior corrida história do AV. Largando em quarto, estava esperançoso por uma vitória. Porém, o Lucas Furlan voou e acabei ficando pra trás pra brigar com a galera. Jogada de mestre, sem "babação", porque é jogada de mestre sim, negando ou não! Infelizmente não fiz uma corrida 100% limpa. Lembro que quase rodei meu carro e nesse momento a única coisa que queria era continuar sem parar fora da pista pra não prejudicar os outros... Resultado: o Denner bateu em mim. Passei reto a primeira curva da pista umas três vezes enquanto brigava com o Junior pelo segundo lugar, e isso me fez decair um pouco até eu me encontrar com o GT-R do Sombra. Outra ocasião que quase acabou em desastre foi quando eu tava próximo do segundo setor, o JR tava side by side comigo, e eu apertei o direcional pra direita achando que configurei o controle pra ver o carro dele do lado direito, mas o carro acabou virando e tive que "dançar" pra não comprometer a corrida dele. Essa corrida foi tensa até o fim, porque ainda tive que aturar o baixo combustível do carro. Temia que meu HSV-Evo LM ficasse pelo caminho por falta de combustível e não queria parar, então tive que tirar o pé um pouco pra economizar. Achei que ia perder rendimento e consequentemente perderia a segunda posição, mas fiquei feliz ao terminar no pódio e em segundo principalmente. Posso dizer que estou de volta ao meu habitat natural, hahaha. Preciso ver como meu carro vai se comportar com 30kg de lastro em Tokyo, pista incomum pra muitas pessoas aqui, inclusive pra mim."

Terceiro lugar
#82 Forrozin Fast SC430 / Tavares Junior
"Corrida tinha tudo para ser sensacional se não fosse por um ou outro encontro com um componente que parece não ter condição, nem noção de tempo e espaço numa disputa mista. Como falei ontem pós treino, fiz um acerto desafiador no Lexus onde iria gastar muito pneu pra poder andar bem e ter o mínimo de chance de disputa. Estava indo bem no que eu almejava que era o P2 ou P3. Durante o desenrolar da corrida cheguei a imaginar uma vitória já que havia momentos que eu chegava a tirar do líder. Acontece que por 3 vezes fui prejudicado pelo Thiago Prado, nas voltas 25, 29 e 45. Na 25 o "piloto" nem sequer freou seu carro esperando provavelmente se apoiar no meu e me jogar para fora, só que o mesmo acabou rodando. Na 45 eu já tinha o passado na chicane e estava fazendo minha tangencia para pegar o traçado ideal, ele jogou o seu carro por dentro, mais uma vez prejudicando minha corrida fazendo com que perdesse mais uma vez tempo para o carro que vinha atrás que por "coincidência" era o carro de seu companheiro de equipe (risos). Interessante que nos encontros com seu parceiro ele sempre aliviava a passagem... analisando as colocações acima do citado piloto, não vou estender mais o assunto pois vejo que a coisa é muito mais séria do que eu imaginava. Adorei o pega inicial com o Denner e depois as batalhas e encontros com o HSV rosinha do Chinês! Vamos para a próxima!"

Classe GT300
Primeiro lugar
#32 USTIO IS350 / Rafael Pereira
"Corrida sólida, sem muitos problemas além do desgaste dos pneus. Consegui andar junto com o Diego nas primeiras 5 ou 6 voltas, abrindo uma boa vantagem em relação aos outros carros da nossa classe. Com o tempo eu fui perdendo espaço, mas ainda estava satisfeito com o segundo lugar. Nos últimos 40 minutos eu assumi a liderança na GT300 depois que o Diego teve problemas. A partir daí foi só seguir a estratégia e terminar a corrida. Reabasteci apenas 25L, o que foi o suficiente para chegar até o final sem problemas."

Segundo lugar
#85 OAK Corvette Z06 / Gian Carvalho
"Talvez uma das mais disputadas corridas que já tive aqui. Disputa intensa na GT300 na parte de trás com o Maciel, Anderson e Thiago. A perseguição no final foi demais. Se atrapalhei alguém, me desculpem, mas as vezes tava tão concentrado que não via os GT500 chegando."

DNF
#8 Vette Racing / Diego Costa
"Parabéns aos vencedores! Definitivamente, Fuji e eu não combinamos... Ano passado, me puseram pra fora na primeira curva, e hoje, com a corrida bem encaminhada, sou chutado pelo jogo... Eu estava num bom ritmo, conseguindo me distanciar do Rafael Pereira, tinha acabado de fazer a segunda parada...mas não deu pra mim. Se a corrida tivesse começado 40 minutos antes, eu teria completado (risos)."

RESULTADO DO QUALIFYING
RESULTADO DA CORRIDA
RANKING DE PILOTOS
RANKING DE EQUIPES

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